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Recomendação literária - O Diário de Anne Frank

Hoje é o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, a data foi criado por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), através de uma Assembleia Geral, pela resolução 60/7, de 1 de dezembro de 2005.

O 27 de Janeiro foi escolhido por ter sido a data, em 1945, que aconteceu a libertação do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, considerado o principal complexo e mais terrível do regime nazista.

Por ser um acontecimento histórico tão complexo, com números tão grandes, fica difícil entender a dimensão desses acontecimentos envoltos em um contexto histórico diferente do nosso no tempo, no local e na cultura. Apesar de todos os filmes e aulas de história, o que me ajudou a começar a pensar em cada uma das pessoas atingidas foi a literatura. Entres os vários livros que tive a oportunidade o que mais marca sem dúvida é o diário de Anne Frank. Mesmo longe do centro da guerra, o conflito atinge em cheio a vida dela e de sua família. E apesar de inúmeros esforços ela e sua irmã entraram para a contagem de mortes que aconteceram dentro dos campos de concentração instalados pelo regime nazista.

Descobri esse livro pela primeira vez na biblioteca da minha escola durante a sétima série. Eu tinha quase a mesma idade da Anne, e isso trouxe uma profunda ligação com a personagem, e ao decorrer da leitura essa identificação foi se aprofundando. Em seu diário vemos uma jovem relatando como percebia o mundo a sua volta. Suas paixões, sua família, sua rotina escolar. E nesse ponto temos um episódio em que a Anne é punida por falar demais na aula. Acho que foi o momento mais fácil de se identificar. Ela viveu isso nos anos 1930 em um país distante, mas passei por situações em que fui chamada à atenção por tagarelar na aula. Em sua vontade de deixar suas palavras no mundo, Anne escreve seu diário e nos permite conhecer sua história.


E o cotidiano de uma estudante se transforma na rotina de uma fugitiva. Somos testemunhas de sua história, e vemos pelas suas palavras que ela não cometeu nenhum crime, não fez mal a ninguém, não prejudicou em nenhum momento a vida de outras pessoas. Mas ela e sua família permaneceram trancados por dois anos em um espaço reduzido, vendo o mundo por um buraquinho bem pequeno de tempos em tempos. 

Anne seus pais e sua irmã passam a viver na companhia de um casal com um filho adolescente em um anexo escondido no prédio em que seu pai trabalhava na tentativa de fugir da captura do governo nazista durante a Segunda Guerra Mundial. E apesar de todo esforço, são capturados e Anne e sua irmã acabam falecendo em um campo de concentração.

Nas aulas de história aprendemos que cerca de seis milhões de pessoas perderam suas vidas em campos de concentração instalados pelo governo nazista alemão. Vidas que foram perdidas após trabalhos forçados e depois foi revelado diversos experimentos científicos horripilantes que eram realizados nesses campos. Com o diário de Anne vemos um rosto, uma história, uma voz. Ao ler sobre a interrupção de seus estudos, seus sonhos, suas amizades e paqueras, vemos tudo interrompido em nome da Guerra. Vemos uma pequena amostra de tudo que foi perdido. 

A leitura desse livro é uma aula de história, mas apesar de tudo uma aula de esperança de uma jovem se sentir animada por ver os raios de sol por uma fresta na parede, uma amostra do mundo real tão belo, mas fatal a sua existência.

SINOPSE: O diário de Anne Frank, o depoimento da pequena Anne, morta pelos nazistas após passar anos escondida no sótão de uma casa em Amsterdã. Suas anotações narram os sentimentos, os medos e as pequenas alegrias de uma menina judia que, como sua família, lutou em vão para sobreviver ao Holocausto. Uma poderosa lembrança dos horrores de uma guerra, um testemunho eloquente do espírito humano. Assim podemos descrever os relatos feitos por Anne em seu diário. Isolados do mundo exterior, os Frank enfrentaram a fome, o tédio e a terrível realidade do confinamento, além da ameaça constante de serem descobertos. Nas páginas de seu diário, Anne Frank registra as impressões sobre esse longo período no esconderijo. Alternando momentos de medo e alegria, as anotações se mostram um fascinante relato sobre a coragem e a fraqueza humanas e, sobretudo, um vigoroso autorretrato de uma menina sensível e determinada. A princípio, escreveu seu diário apenas para si. No entanto, ao ouvir no rádio um membro do governo holandês sugerir que diários e cartas documentando a ocupação alemã fossem publicados após a guerra, ela resolveu que, assim que o conflito acabasse, iria publicar um livro, tendo seu diário como base. Então começou a reescrevê-lo, melhorando o texto, omitindo algumas passagens e acrescentando outras .Após a captura dos moradores do anexo secreto, as secretárias que trabalhavam no prédio encontraram o diário. Quando a guerra acabou, entregaram tudo a Otto Frank, que continuou o desejo da filha, selecionando seus escritos e organizando-os numa versão mais concisa do diário, publicado em 1947. O diário de Anne Frank é um dos livros mais lidos do mundo. O relato tocante e impressionante das atrocidades e dos horrores cometidos contra os judeus faz deste livro um precioso documento e uma das obras mais importantes do século XX. 

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